A Trajetória de Vida da Mulher na Índia - Parte II




Não são poucas as mazelas sofridas pelo sexo feminino aqui na Índia. Supondo que a menina escapou do aborto seletivo, ela corre o risco de receber um “nome frase”, ou um nome pejorativo, ridículo ou humilhante, que indique o descontentamento do pai em ter tido uma filha ao invés de um filho; algum destes nomes próprios são: ‘espero que seja a última’, ‘nossa que castigo’, ‘o que fiz pra merecer isso?’, 'meu karma é muito mau', 'devo ter sido mau na encarnação passada' e coisas do gênero.

Na casa de uma pessoa aqui na Índia vi a empregada limpando bem, o que é raridade, então perguntei o nome dela e a pessoa respondeu “empregada”. Pensei não ter entendi bem e tornei a perguntar e a resposta foi a mesma. Para esclarecer eu perguntei ‘o nome da moça é “empregada”?’ e a pessoa respondeu SIM, o nome dela é Empregada!!!!

Após receber um nome humilhante, um casamento arranjando precoce a aguarda, pois os pais querem se livrar o quanto antes das filhas, que são consideradas um mau agouro, sendo assim, o casamento infantil continua em voga na Índia, embora o governo tenha passado lei proibindo. Como os indianos na verdade não se casam no papel, isto é, não registram o casamento, eles apenas se amasiam, não tem como o governo controlar os casamentos infantis.
Que fique bem claro que casamento infantil aqui não significa somente casamento entre duas crianças mas também entre crianças com adultos. No geral casa-se a partir dos 5 anos de idade, mas por vezes há casamentos de meninas de somente 3 anos de idade.

Para minha surpresa, a discriminação contra as meninas não se dá somente nas castas mais baixas da população mas é ainda pior na classe média e entre pessoas alfabetizadas.

Os dois únicos médicos indianos, Dr. Sunil Keswani e Dr. Kalpesh Gajiwala, ambos de Mumbai, que realizam a cirurgia de transformação de sexo em homens que desejam livrar-se do pênis e virar mulher, disseram em entrevista ao jornal The Times of India, que é comum receberem telefonemas de pais de castas altas, com estudo e de boa situação financeira, perguntando quanto custa para tornarem suas filhas em meninos.
Os médicos esclareceram que não realizam esta cirurgia em crianças.

Que fique bem claro que seja um casamento infantil, seja um casamento de adolescente ou um casamento após os 18 anos de idade, todos sempre são arranjados pelos pais e a menina não pode dar opinião nenhuma a esse respeito.
Ela é obrigada a casar-se com quem os pais escolhem e ponto final.
Em 2007, 98% dos casamentos na Índia ainda são assim, como no tempo de nossas bisavós!!

Poucas meninas vão à escola. Os pais não vêem necessidade em uma menina estudar visto que logo vai casar, procriar e cuidar dos filhos. As escolas aqui são separadas, isso quer dizer que há escolas para meninos e para meninas. Não preciso dizer que o número de escolas para meninos é n-vezes maior do que para as meninas, e isso tanto na rede pública quanto na particular.

Outra coisa que há mais para homens do que para mulheres são sanitários, o que é totalmente injusto e desnecessário visto que os homens indianos urinam em qualquer lugar.

O trabalho infantil faz parte da cultura indiana e as meninas no geral viram empregadas quando atingem os 7 anos de idade, ou quebram e carregam pedras. Antes desta idade elas são alugadas por pessoas sem filhos que as usam para pedir esmolas nas rua

extraído do blog:
http://indiagestao.blogspot.com

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