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O Segredo de Deus

Orgulho, o vício inefável dos tolos


 Eclesiastes 2:1-11

O orgulho, também chamado de soberba é o maior dos pecados.

No século IV, Evagrius Ponticus, um monge do deserto, desejoso de descobrir as mais profundas origens do pecado na alma humana, enumerou sete grandes pecados, intitulados os sete pecados capitais. A lista dos sete pecados capitais não é encontrada em nenhuma parte da Bíblia, mas seus efeitos e consequências são bem descritos, bem como as armas para vencê-los. Os sete pecados capitais não são tratados como situações estanques, mas como fator desencadeador de todos os demais pecados dos homens.

Frequentemente o orgulho é associado ao diabo. Este foi o pecado original de satanás. O orgulho também foi o pecado original de Adão (o nosso pecado), o desejo de ser como Deus, acima da Lei ao invés de sob ela.

O orgulho é o principal pecado porque é a violação do primeiro e grande mandamento.

O orgulho põe o eu na frente de Deus. Na história do fariseu e do publicano Jesus ilustra bem a atitude do orgulhoso. Ele se olha no espelho e admite para si mesmo que pode dizer com sinceridade que não é uma má pessoa: “Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens – ladrões, corruptos, adúlteros. O fariseu ressalta suas virtudes próprias e varre seus pecados para debaixo do tapete, não só para que os outros não vejam, mas para que, se possível, ele próprio não veja, e siga se achando justificado. Ele aprendeu a desenvolver seu senso de valor baseado em sua própria bondade.

Na Grécia antiga, Aristóteles chamou o orgulho de a maior das virtudes. O cristianismo o chamou de o maior dos pecados.

O problema é que o orgulho de cada um compete com o orgulho de todos os demais. Ou seja, o orgulho é essencialmente competidor; o orgulho não sente prazer em possuir algo, mas apenas em possuir mais do que o próximo. Dizemos que alguém tem orgulho de ser rico, ou de ser inteligente, ou de ter boa aparência, mas não é assim. A pessoa tem orgulho de ser mais rica, mais inteligente, ou de melhor aparência do que os outros (...) (P. Kreeft)

Agostinho via a soberba como o mesmo sentimento que levou Satanás a se afastar de Deus. Em sua raiz, a soberba é o desejo de desprezar todas as outras pessoas, ou em outros termos, é negar-se a reconhecer e admitir a presença, a igualdade ou mesmo a superioridade de qualquer outro.

O prazer de ser louvado não é orgulho. “Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel... (Mateus 25:21)”; você está muito bonito hoje, você cantou muito bem. O mal começa quando nos comprazemos em nossa própria realização. É pensar: “é mesmo, como sou bom! Já que agi assim”.

Categorias de Blaise Pascal

1. Algumas pessoas consideram que são a causa das suas realizações e talentos.

2. Outras reconhecem que estas qualidades vem de Deus, mas crêem que as merecem.

3. Existem aqueles que ostentam qualidades que não tem.

4. O quarto grupo despreza os outros que não tem as qualidades que eles possuem – eles chamam a atenção para sua própria singularidade – sua exclusividade. Nós frequentemente não reconhecemos que o orgulho é um vício. Isto porque é difícil admitir que somos menos dignos que imaginamos ser, e porque nossa cultura valoriza a auto-estima elevada e falha em apreciar a humildade ou mesmo a modéstia.

Discussão

Vamos dar uma olhada no nosso texto e aprender com o Pregador através da descrição de sua própria experiência.

1 Disse comigo: vamos! Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; mas também isso era vaidade. 2 Do riso disse: é loucura; e da alegria: de que serve?

Comigo, isto é, com o meu coração (heb. leb), meu homem interior; minha vontade, meu caráter.

A motivação maior do orgulhoso é satisfazer o seu próprio coração.

Rapidamente, porém, ele esbarra no “paradoxo do hedonismo”:

quanto mais se busca o prazer, menos ele é encontrado.

3 Resolvi no meu coração dar-me ao vinho, regendo-me, contudo, pela sabedoria, e entregar-me à loucura, até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias da sua vida.

A NVI traduz loucura como extravagânciamas também pode ser entendida como futilidade. O orgulhoso não mede esforços para satisfazer seu próprio desejo. Vale tudo para chegar ao prazer máximo. O orgulhoso entende a espiritualidade como mais um meio para ser feliz, no entanto, é promíscuo ao admitir que outros meios também podem trazer sentido à vida.

Sucesso profissional

4 Empreendi grandes obras; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. 5 Fiz jardins e pomares para mim e nestes plantei árvores frutíferas de toda espécie. 6 Fiz para mim açudes, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores.

O êxito profissional por si só não constitui pecado. O Pregador mostra que foi um grande empreendedor, soube aproveitar todas as oportunidades que teve. Fez mestrado, doutorado, PhD; foi vereador, prefeito, deputado, governador, senador e presidente com excelência; Cuidou do seu próprio futuro e aprovisionou recursos para a geração seguinte.

Prosperidade financeira

7 Comprei servos e servas e tive servos nascidos em casa; também possuí bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram em Jerusalém. 8 Amontoei também para mim prata e ouro e tesouros de reis e de províncias; provi-me de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres.

Mais uma vez o Pregador investe em algo legítimo: fez investimentos certos, poupou recursos financeiros. Um indício de que tratava bem os seus funcionários é que eles engravidavame se multiplicavam – o Pregador investiu em projetos altamente rentáveis.

Cultura e sensualidade

8 (...) provi-me de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres.

A cultura é um bem de consumo imaterial bastante necessário. Todos gostamos de música, cinema, TV, jornais, revistas – as mulheres querem conhecer as últimas tendências da moda; os homens, da tecnologia. Pela primeira vez aparece algo não muitop louvável – a entrega à sensualidade, ou ao prazer sem barreiras.

Fama e popularidade

9 Engrandeci-me e sobrepujei a todos os que viveram antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria.

Quem não deseja ser conhecido e louvado pelo que faz? O Pregador não se priva do desejo da publicidade. Ele espalha out-doors com seu rosto e sua logomarca por toda a cidade. Contrata grandes bandas populares para tocar nas suas inaugurações nababescas, se bem que as vezes não é preciso nem banda, tamanho é o carisma alcançado pelo sucesso dos empreendimentos do Pregador.

Sucesso profissional. Prosperidade financeira. Cultura e sensualidade. Fama e popularidade.

Ele se torna o dono do mundo. O dono do próprio mundo.

Observe que o Pregador gaba-se de ter criado um mundo só para si. Um mundo criado para atender ao apetite do seu próprio coração. Não houve limites para criar essa estrutura (v.10). E o objetivo desta gênese era um só: trazer prazer ao coração do Pregador. O Qohelet tenta competir com Deus. Ele não está satisfeito com o mundo que o Senhor criou para ele.O orgulho é mortal porque tenta competir com Deus.

O resultado desta competição pode ser visto no versículo 11:

11 “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol.”

Após satisfazer todos os apetites do seu coração e contemplar todo o pequeno universo criado pela sua mão, o Qohelet sente-se frustrado. A pior coisa que pode acontecer ao orgulhoso é ter exatamente o que ele quer: ser o melhor, estar acima de todos, ser melhor do que qualquer outra pessoa, sentir-se no pleno direito de desprezar todas as pessoas, ali em seu castelo, cercado de seus troféus, completamente sozinho.

O contraponto da soberba – “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” Mateus 5:3

As virtudes são oponentes dos pecados capitais. Os vícios são o resumo da miséria do mal (a excelência no pecado); as bem-aventuranças resumem a excelência do Reino de Deus.

“Foi a soberba que transformou os anjos em demônios, mas é a humildade que torna os homens em anjos”. Agostinho

A virtude da humildade é, talvez, a que mais se distancia do arquétipo pregado pela cultura secular. Os pobres de espírito (os humildes) são chamados “bem-aventurados”não porque sua pobreza lhes conceda alguma condição meritória, mas porque precisamente apesar disso e em meio a sua sempre deplorável condição o reino dos céus lhes traz a redenção pela graça de Cristo.

A soberba nunca nos deixará ser servos; ela sempre fará com que queiramos ser senhores de nossa própria sorte, reis de nosso próprio destino, sem devermos nada a ninguém. A humildade do cristão inspira-se em Deus e encontra sua segurança no fato de ele ter sido criado, amado e perdoado por Deus. O único caminho para se tornar humilde é admitir que é orgulhoso. É como se eu me considerasse um jarro cheio com qualquer coisa minha e eu decidisse esvaziar esse jarro e enchê-lo com outra essência.

O mundo é falho em entender o poder que há em esvaziar-se de nós mesmos. Se formos a Deus com as mãos vazias, ele as encherá.

Se chegarmos a Deus com as mãos cheias, ele não terá lugar para colocar-se. Nossa receptividade é nossa esperança.

Atitudes que me ajudam a vencer a soberba

Numa sociedade que recompensa a humildade exterior (é de mau tom parecer arrogante), algumas pessoas imitam comportamentos típicos de uma humildade típica. O maior perigo espiritual, no entanto, é a tentação da pessoa que é verdadeiramente humildade cair na armadilha do pecado, paradoxalmente, se tornar orgulhosa da sua humildade.

Confissão. Humildade requer de nós que sejamos brutalmente honestos conosco mesmo que a honestidade não nos deixe felizes. Humildade requer honestidade e integridade, que são incompatíveis com a interpretação de papéis e fachadas que assumimos na nossa vida diária. A auto-revelação servirá de antídoto para o orgulho. A pessoa humilde realmente admite a culpa e pacientemente ouve a reprovação e a raiva dos seus inimigos.

Servir. “Humildade é pensar menos em si mesmo” (C.S. Lewis). Não é dizermos para nós mesmos que somos inúteis, que não servimos para nada, que seria melhor se estivéssemos mortos e assim por diante. Na maioria das vezes, isso é autopiedade. Como posso ser humilde se estou sempre prestando atenção só em mim mesmo - se toda minha ação tiver como objeto o meu próprio prazer? O humilde nunca se engaja em atividades para angariar honra ou glória mas é motivado pela benevolência e a glória de Deus.

Se eu fizer isso, sem dúvida, um trono ficará vazio no meu coração, e é vital que eu tome uma boa decisão quanto a quem deveria ocupar esse trono. Ocupá-lo com outra pessoa, uma paixão por um time de futebol ou uma ambição profissional ou acadêmica não vale a pena. Ocupar este trono com uma atividade religiosa irrefletida, que não visa a glória de Deus, é engano satânico. Você está disposto a confessar a soberba ou é orgulhoso demais para admitir que não precisa do perdão de Deus?



Notas:

Bibliografia

C.S. LEWIS. Cristianismo Puro e Simples.

DALLAS WILLARD. A Conspiração Divina. Ed. Mundo Cristão.

DEREK KIDNER, A Mensagem de Eclesiastes

GRAHAM TOMLIN, Os sete pecados capitais. Thomas Nelson Brasil.

MORGAN DIX, S.T.D. D.C.L. Reitor do Trinity Chapel, New York, 1888

OS GUINNESS. Os Sete pecados Capitais. Ed. Mundo Cristão.

PETER KREEFT. Back to Virtue. Ignatius

RICARDO AGRESTE, Rev. Os sete pecados capitais. Com. Presbiteriana Chácara

Primavera, Campinas, SP

SOLOMON SCHIMMEL, The seven deadly sins: Jewish, Christian, and classical reflections

on human psychology, Oxford University Press, 1997


 por Fabrício Batistoni
www.irmaos.com
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A Sedução de “O Segredo”


A última armadilha do ocultismo para capturar a imaginação do Ocidente é chamada O Segredo. O livro com este nome é um bestseller no topo da lista do New York Times, tendo vendido rapidamente seis milhões de cópias. O DVD do mesmo título foi adquirido por mais de dois milhões de pessoas. Ambos contêm muitos erros, interpretações errôneas, falsas premissas e falsas promessas. Mas, quem se dá conta? Você deveria importar-se. Com as informações seguintes, você poderia resgatar alguém do inferno.

As numerosas interpretações errôneas já começam no próprio título do livro.O Segredo nada tem de segredo, mas, sim, de tolice, hinduísmo, xamanismo e Nova Era reciclados. Uma das mais gigantescas mentiras é a sua afirmação: “Você cria a sua própria realidade com a sua mente”. Foi essa a falsa promessa da serpente feita a Eva, a promessa da divindade (Gênesis 3). Abraçar essa ilusão custou a Eva e aos seus descendentes o paraíso do Éden e teria fechado o céu à humanidade inteira se Cristo não tivesse morrido pelos pecados do mundo. Em 6.000 anos, desde o Éden, a promessa da serpente ainda não foi cumprida na vida de uma pessoa sequer.Informações errôneas e falsas afirmações seguem-se umas às outras, numa louca parada de absurdos. Borrifada no livro e no DVD está a afirmação de que o Segredo é cientificamente comprovado como sendo verdadeiro. Por exemplo: “Foi cientificamente comprovado que um pensamento afirmativo é centenas de vezes mais poderoso do que um pensamento negativo”.[1] Quando, onde e como?

Nenhum teste científico até hoje mediu os pensamentos positivos e negativos, nem poderia haver esse tipo de teste, porque os pensamentos não são físicos e o seu “poder” não pode ser medido. Os pensamentos existem fora da ciência física. Também não existe essa coisa de “ciência mental” ou “ciência da mente”. Esse fato é uma das muitas razões por que a psicologia jamais poderia ser uma ciência, a despeito dela ter afirmado isso durante décadas.


“Você cria a sua própria realidade com a sua mente”. Foi essa a falsa promessa da serpente feita a Eva, a promessa da divindade (Gênesis 3).

A isca na armadilha de O Segredo é continuamente repetida: “O Segredo lhe dá tudo que você deseja: felicidade, saúde e riqueza... você pode ter, fazer ou ser tudo que desejar... Podemos ter qualquer coisa que desejamos”.[2] O senso comum responde: “Obrigado, mas não quero!” Contudo, milhões de pessoas que estão sendo apresentadas a O Segredo ficam excitadas e ansiosas para fazer com que isso funcione para elas.

As mentiras fundamentais são basicamente: não existe um Deus pessoal que criou o Universo e faz leis que os homens devem obedecer. O Universo sempre esteve aqui e nós o criamos com as nossas mentes, através de inúmeras leis ocultas, as quais existem para realizar nossos desejos egoístas. Uma das mais indutivas é “a lei da atração”. Qualquer pensamento (saúde, riqueza, desastre, lucro, perda, dor, alegria, etc.) que você mantém em sua mente pode ser atraído como uma realidade em sua vida. Somos todos deuses e criamos nossos destinos individuais com os nossos pensamentos.A amoralidade do Segredo deveria ser evidente a alguém que pára para pensar. Hitler já não seria mais responsável pelo Holocausto do que suas vítimas, as quais o criaram coletivamente em suas mentes. O mesmo se deu com o Titanic, com a queda de qualquer avião e com as vítimas de qualquer assassinato.

O livro e o DVD se baseiam em nada mais que as declarações de uma porção de supostos peritos na área da motivação, do sucesso e do pensamento positivo. Quem são eles? São “os mestres não alinhados, os trans-religiosos progressistas... os luminares espirituais... os mestres da metafísica espiritual... o dominador do Feng Shui, os líderes bem-sucedidos nos negócios... os fundadores do movimento do Novo Pensamento... um mensageiro espiritual dos tempos modernos, e assim por diante”. Certamente eles não pertencem à mesma classe de Jesus Cristo, o qual comprovou Sua Divindade com a própria vida sem pecado e com os Seus milagres, morreu pelos nossos pecados e ressuscitou dos mortos. Os “peritos” citados e apresentados em O Segredo não fazem parte de um grupo em cujas mãos alguém pudesse entregar a sua vida e muito menos o seu destino eterno.



 Segundo o livro, qualquer pensamento (saúde, riqueza, desastre, lucro, perda, dor, alegria, etc.) que você mantém em sua mente poderia ser atraído como uma realidade em sua vida. A amoralidade do Segredo deveria ser evidente a alguém que pára para pensar. Hitler já não seria mais responsável pelo Holocausto do que suas vítimas, as quais o criaram coletivamente em suas mentes. O mesmo se deu com o Titanic, com a queda de qualquer avião e com as vítimas   de qualquer assassinato.

No livro e no DVD, como num disco defeituoso, repete-se constantemente a mentira atraente, apesar de evidente: “Não existe coisa alguma que você não possa fazer com esse conhecimento... Se você mentalizar isso, vai tê-lo à mão... Você cria sua vida com os seus pensamentos... Seus pensamentos são sementes e a colheita que você fará vai depender das sementes que você plantar... Sua vida está em suas mãos... Você vai realizar o que você pensar... Você vai atrair tudo que exigir. Se for de dinheiro que precisa, você irá atraí-lo... Exatamente como o gênio de Aladim, a lei da atração realiza cada comando nosso... No momento em que você começar a ‘pensar adequadamente’... Esse poder dentro de você, o qual é maior do que o mundo... vai tomar conta de sua vida... alimentar, vestir, guiar, proteger, dirigir e sustentar você em sua própria existência... Se você o permitir. É isso o que sei, com certeza”.

Ora, o que eu sei com certeza é: enquanto os indivíduos históricos nomeados e citados no livro e no DVD conseguiram algumas posses materiais e sucesso, todos eles fracassaram no que é muito mais importante, a saúde. Sim, a maioria, porém não todos, manteve um nível satisfatório de saúde durante suas breves existências, porém a saúde de cada um deles finalmente fracassou. Uma das marcas de fracasso que todos eles compartilharam foi que todos morreram. No final, o Segredo não pôde mantê-los vivos, embora eles tivessem tentado cada técnica por ele oferecida. E esses proponentes do Segredo que ainda estão vivos certamente vão sofrer a mesma sorte.

Segundo o que todos esses mestres do Segredo declaram com grande confiança, eles jamais deveriam morrer. Se o Segredo fosse verdade e eles aplicassem devidamente o ensino: “O Segredo pode lhe dar tudo que você desejar”, eles ainda deveriam estar vivos. De fato, nenhum desses mestres do Segredo excedeu sequer a expectativa normal de vida – o que certamente teriam conseguido, caso o Segredo realmente funcionasse. O fato óbvio é que o Segredo é um engodo que oferece uma falsa esperança, o qual continua a enganar a humanidade – aliás, uma esperança inescrupulosamente amoral.

Vamos avaliar rapidamente alguns desses “mestres do Segredo”:

Ralph Waldo Emerson – é um dos mais altamente louvados. Ele declarou: “O Segredo é a resposta a tudo que tem existido e a tudo que ainda existirá”. Mas Emerson viveu num estado precário de saúde e de necessidades financeiras em seus últimos anos de vida. Morreu aos 79 anos de idade. Certamente ele gostaria de ter vivido mais tempo, com uma vida mais saudável e mais feliz. Por que, então, ele não conseguiu, com os seus pensamentos, e com a “lei da atração”, tudo que realmente desejava? Pela mesma razão porque ninguém jamais o conseguiu: o Segredo é uma mentira de Satanás, “o pai da mentira” (João 8.44). O Diabo mantém os que nele acreditam afastados da fé no Deus verdadeiro e na salvação que Ele outorgou aos pecadores, através do sacrifício de Cristo na cruz, pelos pecados de toda a humanidade.

Prentice Mulford – outro dos supostos mestres do Segredo, fundador do movimento do Novo Pensamento, o qual se embasa na mesma ilusão. Ele disse que existe uma mente material e uma mente espiritual, uma inferior e outra superior, e que a última capta os pensamentos do “Poder Supremo”. Só que esse tal “Poder” falhou na sua vida. Ele lhe deu o pensamento de que Mulford deveria tornar-se membro da Assembléia Estadual da Califórnia. Mulford até se candidatou, mas perdeu a eleição. Por que os seus pensamentos não realizaram o seu desejo? O Segredo e o Novo Pensamento, sua cópia exata, não funcionaram com ele, um dos “peritos” apresentados como exemplo no livro e no DVD. Finalmente, o Segredo fracassou totalmente com relação a Mulford, que faleceu aos 57 anos de idade – certamente uma vida muito mais curta do que ele desejava ter vivido.

Wallace Wattles – um diligente estudioso do Segredo durante a maior parte de sua breve existência, outro fundador do movimento do Novo Pensamento. Seu livro mais famoso foi “A Ciência de Ficar Rico”, contudo, ele viveu a maior parte de sua vida na pobreza. Essa sua maior realização foi publicada em 1910. Wattle faleceu em 1911, aos 51 anos de idade. Será que ele não desejava viver mais tempo para ver o sucesso do seu livro e para poder escrever mais sobre as maravilhas benéficas do Segredo, embora este tenha falhado com ele? Mesmo assim, Wattles não pôde acrescentar um minuto sequer à sua vida. Para ele, um dos principais proponentes, o Segredo não funcionou.

O livro e o DVD também contêm erros factuais. Há a declaração de que, por terem aplicado o Segredo, os “babilônios se tornaram uma das raças mais ricas da história”. Não! Foi através do seu poderio militar, ao custo de muitas vidas, da tortura e da escravização de multidões de vítimas. A Babilônia foi um dos impérios mais cruéis da história. Será que isso recomenda O Segredo? Felizmente, a Babilônia já não existe. Por que ela caiu? Será que o Segredo fracassou com os babilônios? Ou será que eles não souberam aplicá-lo devidamente? A evidência é esmagadora: o Segredo é uma mentira!

A ilusão de que a realidade pode ser criada pela mente tem continuado a oferecer falsa esperança à humanidade, durante milhares de anos. Esse é o ensino padrão da Ciência da Mente, da Igreja da Ciência Religiosa, da Escola Unitariana de Cristianismo, do Novo Pensamento e das seitas da Ciência da Mente. Contudo, ela jamais havia sido embalada antes de maneira tão atraente, nem havia sido tão promovida ao público em geral como em O Segredo. A desilusão de multidões se seguirá.

A maior parte da rápida difusão da nova apresentação do antigo e bem conhecido Segredo é devida a Larry King e a Oprah Winfrey. Milhões de fãs [desses dois apresentadores de rádio e TV] têm comprado o livro e o DVD. Em 5/4/2007, Oprah Winfrey discutiu o Segredo com supostas entidades não-físicas, “canalizadas” pela promotora de O Segredo – Esther Ricks. Como já mostramos muitas vezes, a chamada “comunicação espiritual” com os mortos, a qual costuma acontecer nas “sessões espíritas” (estritamente proibidas na Bíblia como sendo manifestações demoníacas, segundo Deuteronômio 18.11 e Levítico 20.6), agora é chamada de “canalização” e há muito tem sido promovida no rádio e na TV.

Qualquer pessoa com uma ínfima parcela de senso comum iria reconhecer muitos problemas morais e práticos com O Segredo. O que ele promove é completamente amoral e auto-centrado. “A ‘lei [da atração]’ corresponde aos seus pensamentos, não importa quais sejam eles... Pessoas têm conseguido riqueza em suas vidas... alimentar pensamentos de abundância e riqueza... nada mais existe em suas mentes... Você vai sentir-se bem com o dinheiro, para atrair mais para você... Comece a dizer e a sentir: ‘eu sou um ímã do dinheiro”’ (a Bíblia diz que não o dinheiro em si, mas “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” – 1 Timóteo 6.10).




A ilusão de que a realidade pode ser criada pela mente tem continuado a oferecer falsa esperança à humanidade, durante milhares de anos. Esse é o ensino padrão da Ciência da Mente, da Igreja da Ciência Religiosa, da Escola Unitariana de Cristianismo, do Novo Pensamento e das seitas da Ciência da Mente.

E o amor altruísta, a ternura, a misericórdia, a bondade, a caridade, a compaixão e a generosidade compartilhados com os outros? Tais pensamentos poderiam interferir com o objetivo singular da mente para atrair riqueza para si. O Segredo, acreditado e aplicado, só pode ajudar a aumentar o egoísmo daqueles que o aplicam, levando-os a conflitos entre eles.

Digamos que Fulano acredita que o Segredo vai lhe dar qualquer coisa desejada. Querendo ser o presidente da Empresa X, onde trabalha, e usando “a lei da atração” para conseguir o que deseja, Fulano mantém na mente o pensamento: “Sou o presidente da Empresa X”. Será que os pensamentos dele poderão expulsar o presidente em exercício e colocá-lo no lugar deste? Suponhamos que haja outras vinte pessoas ambiciosas e avarentas, dos trabalhadores até os porteiros, das secretárias e dos contadores até o vice-presidente, todos desejando ser o presidente da Empresa X, cada um deles confiando na ‘lei da atração’ de o Segredo, a fim de conseguir realizar o seu objetivo. Digamos que cada um deles visualize estar por trás da grande mesa do presidente em seu requintado escritório. Será que o Segredo vai transformar, simultaneamente, cada um deles em presidente? Quem vai ganhar essa batalha de mentes nessa competição que o antigo, amoral e suposto Segredo tem produzido?

Lisa Nichols, uma das pessoas citadas no livro, supostamente bem-sucedida entre os praticantes dos princípios ocultistas, é descrita como uma “poderosa defensora da capacidade pessoal” – mais egoísmo. Ela diz: “Graças a Deus existe um atraso no tempo, para que todos os seus pensamentos não se realizem imediatamente”.[3] A que Deus ela se refere? Onde se encaixaria Deus em um Universo que Ele não criou e nem controla, o qual está sendo continuamente recriado pelos pensamentos humanos – Universo que permanece sempre pronto a dar à humanidade qualquer coisa desejada pelos seus desejos egoístas?

Os defensores do Segredo e do Novo Pensamento não acreditam no Deus pessoal e vivo da Bíblia, que exige do homem amor e submissão à Sua vontade. O deus deles é impessoal, um tipo de “a Força” de Guerra nas Estrelas ou Mente Universal, que não se preocupa com os seus e existe exclusivamente para lhes dar o que desejarem. Joe Vitale é outro dos peritos praticantes do Segredo, citado no livro e no DVD. No programa “Larry King Live” alguém telefonou, indagando: “Estou muito curioso para saber onde Deus entra em O Segredo”. Vitale respondeu: “Deus é todos nós. Deus é o segredo de tudo sobre ele. Essa é uma lei de Deus”.[4] Evidentemente, essa é a mesma tolice da antiga religião do panteísmo: você é Deus, eu sou Deus, a árvore é Deus, tudo é Deus. Então, Deus é tanto o bem como o mal, é a morte bem como a vida, sem moral alguma, etc. Se tudo é “Deus”, então “Deus” nada significa. O panteísmo realmente é ateísmo.



Digamos que Fulano acredita que o Segredo vai lhe dar qualquer coisa desejada. Querendo ser o presidente da Empresa X, onde trabalha, e usando “a lei da atração” para conseguir o que deseja, Fulano mantém na mente o pensamento: “Sou o presidente da Empresa X”. Será que os pensamentos dele poderão expulsar o presidente em exercício e colocá-lo no lugar deste?

Outra antiga técnica ocultista usada pelos xamãs durante milhares de anos é a visualização: a crença de que um quadro mental firmemente mantido no pensamento finalmente se manifestará no universo físico. É claro que isso também é um engodo. Ninguém tem sido capaz de demonstrar essa capacidade. Se todos nós tivéssemos o que o Segredo promete, nossa existência seria aterrorizante, com bilhões de Dart Vaders e de Obe Wan Kenobies destruindo-se mutuamente através do poder da mente.

Muitos cristãos, como temos visto, ensinam basicamente o mesmo ocultismo transmitido a C.G. Jung por “espíritos familiares” (veja 1 Samuel 28.9ss.; Isaías 8.19). Yonggi Cho tem ensinado e praticado o mesmo há anos, do mesmo modo que numerosos psicólogos cristãos e líderes carismáticos. A visualização para criar sua própria realidade foi o cerne de tudo que Norman Vincent Peale ensinou e praticou: “A idéia de criar imagens mentais... esteve implícita em todas as minhas palestras e no que escrevi”.[5] Há muito tempo Robert Schuller tem ensinado o mesmo ocultismo: “Tenho praticado e utilizado o poder do olho interior e ele funciona... Há trinta anos começamos com a visão de uma igreja. Tudo tornou-se realidade”.[6]

Cho, pastor da maior igreja do mundo, afirma que o Espírito Santo lhe disse que ele devia visualizar um quadro claro daquilo que estava pedindo, ou então a sua oração não seria atendida. Mas tudo que Cho pôde manter na mente foi um grosseiro esboço do que ele desejava. Ele não podia “ver” nem imaginar a estrutura atômica desses objetos, que eram a sua realidade subjacente.

Qualquer pessoa que esteja disposta a acreditar que a humanidade cria o Universo com os pensamentos coletivos (ou que qualquer indivíduo pode trazer à existência, através da visualização, qualquer coisa que faça parte da experiência diária), entregou-se voluntariamente a Satanás, ficando suscetível a qualquer outra mentira que ele ofereça. Obviamente, o Universo já existia antes do homem. Acreditar que a vasta extensão do Cosmo, com seus trilhões de estrelas e luas, as quais o homem jamais viu, incluindo as muitas partículas subatômicas que ninguém pode sequer imaginar, está sendo criado e mantido em ordem pelos pensamentos coletivos da humanidade, é cometer suicídio intelectual, moral e espiritual.

Os que acreditam nessas mentiras que O Segredo oferece têm deliberadamente abandonado o Deus verdadeiro, que se revelou em cada consciência e no Universo que Ele criou. Eles entregaram-se à ilusão demoníaca, que os conduzirá à eterna separação de Deus, que os ama, e de Cristo, que morreu para redimi-los. Vamos resgatar tantos quantos pudermos!

(Dave Hunt – TBC)

extraído do site.chamada.com.br)
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