Panorama mundial da perseguição religiosa



A “ intolerância religiosa é um dos assuntos mais abordados pelas organizações de defesa dos direitos humanos atualmente.
Isso se deve ao fato de que em muitas regiões as guerras sectárias dividem nações, trazem segregação e marginalização de indivíduos tendo como pano de fundo a fé.
Há vários tipos de perseguição religiosa e uma linha muito tênue que define quando e como ocorre uma
perseguição religiosa, seja ela perpetrada por um governo, sociedade, comunidade ou indivíduo.
No Sudão, a guerra civil que dura quase 47 anos e que dividiu o país em Sudão do Sul e do Norte em julho de 2011 se configura como uma disputa político-econômica entre os principais grupos étnicos do país: os árabes e os africanos (não--árabes), que respectivamente se denominam muçulmanos e cristãos.
Ao longo dos anos, o discurso religioso tem sido o alvo da discórdia para os conflitos ocorridos no Sudão.
Muitos pastores têm perdido a vida e igrejas têm sido destruídas.
Na Nigéria e na Costa do Marfim há uma clara divisão étnica e religiosa entre cristãos e muçulmanos que também disputam o domínio político e econômico no país.
Em nações como a China e o Irã, o governo tem aumentado a pressão sobre as igrejas domésticas e não-registradas. Com frequência a polícia chinesa tem invadido reuniões e cultos, e prendido pastores e membros, sob falsas acusações, como uma forma de pressionar para que tais igrejas se cadastrem e vivam sob a constante vigilância governamental. No Irã, as lideranças religiosas muçulmanas temem o rápido crescimento das igrejas domésticas existentes no país e por isso têm aumentado a pressão para que o governo fiscalize com mais rigor e assiduidade essas reuniões.
Em países como Indonésia, Paquistão, Afeganistão e Iêmen, a Igreja de Cristo se depara com o extremismo
religioso praticado por grupos como Jihad Islâmica, Talibã e Al Qaeda que geralmente associam a fé cristã com a política imperialista de alguns países do Ocidente e se apropriam desse discurso para perseguir cristãos e outras minorias.
Mas a perseguição religiosa aos cristãos não vem apenas da parte dos adeptos de outra fé. Em países como Rússia, Grécia e Etiópia, a própria Igreja Ortodoxa Cristã tem perseguido os cristãos evangélicos por considerarem-nos seitas. Por ser tradicional e ter contribuído em muito para a formação cultural desses países, a Igreja Ortodoxa tem muita influência política sobre as decisões dos governos no que diz respeito a outras minorias religiosas.
A intolerância secular e a subjetividade da fé também têm gerado intolerância religiosa à Igreja e a minorias
religiosas, especialmente em países do Ocidente, como Inglaterra e França. Ao mesmo tempo em que a filosofia secularista garante a liberdade individual de crença e religião, faz da mesma religião um elemento estritamente pessoal que deve ser praticado na esfera privada, tirando dos indivíduos o direito religioso vital de compartilhar de sua fé com outros. Dessa forma, a privacidade da crença impediria problemas maiores, a exemplo das guerras sectárias.
Independentemente das razões pelas quais a perseguição religiosa aconteça, o fato é que a liberdade religiosa tem sido negada e a evangelização é, na maioria das vezes, restrita ou proibida aos cristãos em vários países e em todos os continentes. O número de pessoas mortas por sua fé no século passado foi muito maior do que em qualquer outra época da história da Igreja, guardadas as devidas proporções, já que o número que cristãos hoje é muito maior do que fora no Império Romano, por exemplo.
A Igreja de Cristo continua a sofrer intolerância religiosa nos seus mais variados níveis e das mais variadas
formas, por isso ministérios como a Portas Abertas se levantam para fortalecer a Igreja de Cristo em países onde o cristianismo é proibido, restringido ou em que há existe ameaça de extinção da comunidade cristã.



Marcelo Peixoto
Historiador da Missão Portas Abertas - Brasil

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