A IGREJA DOS EXCLUÍDOS DOS ÚLTIMOS DIAS


Conheço um homem que converteu-se a Jesus, antes de completar 12 anos de idade.Esse homem, que hoje tem mais de 50, conheceu uma Igreja evangélica linda.Não era perfeita, mas, realmente, era linda. A razão dessa belezado não tinha segredo nenhum. Ela era uma Igreja simples, que vivia o que pregava; e pregava o que vivia.Os pastores eram homens humildes, mas extremamente sábios.
Visitavam constantemente suas ovelhas, em casa ou nos hospitais, oravam com elas e por elas; tinham especial cuidado com as crianças, com os órfãos e com as viúvas.
Levavam a Santa Ceia aos irmãos velhinhos e sempre dava-lhes atenção.
Realizavam cultos nas fazendas, no meio dos canaviais, reunindo humildes cortadores de cana, lendo a Bíblia, orando e pregando a Palavra à luz de velas e lamparinas.
A Igreja sempre crescia e havia muita alegria.
Muitos doentes eram curados e prodígios eram realizados.
Esse homem, ao qual me refiro (naquela época, um menino) conheceu muitos pastores assim. Todos eles tinham um salário pequeno, andavam a pé (às vezes, dezenas de quilômetros por dia), mas eram felizes desse modo. O que mais lhes motivava era pregar o Evangelho do Reino e ganhar muitas vidas para Jesus.
Pois bem, os anos se passaram e menino chegou a ser homem adulto e maduro.
E, para sua tristeza, foi testemunha de uma mudança muito ruim, ocorrida naquela Igreja linda de sua infância.
Essa mudança ruim não aconteceu da noite para o dia. Foi se processando aos pouquinhos.
E assim como o bêbado inveterado, que não começou a beber um garrafão por dia, mas lentamente, até se tornar um ébrio; a Igreja linda também não perdeu sua beleza rapidamente, mas muito devagar, à medida em que perdia a sua simplicidade.
 Os pastores deixaram de ser simples, começaram a construir um pedestal onde subirem, começaram também a se considerar homens cultos demais, delegaram o trabalho de visitas aos seus "subordinados", trabalharam para que o título de pastor se tornasse símbolo de status social, mas não pararam por aí.Começaram a exigir igrejas grandes, títulos de pastor-presidente, altos salários, apartamentos de luxo e carros importados, gabinetes luxuosos e atendimento com hora marcada, sem nem ao menos considerarem que todo essas requintada exigências sempre são pagas com o dinheiro dos dízimos e das ofertas dos pequenos e sofridos salários dos fiéis irmãozinhos das favelas e das periferias.Alguns alçaram vôos mais altos, tornaram-se Presidentes de Convenções, distribuíram benesses para seus pares aliados, com o fito de se perpetuarem nos cargos. Outros usaram o púlpito como trampolim para uma cadeira na Câmara ou no Senado e, assim, trocaram a glória de Deus pela enganosa e sedutora glória dos homens.

Resultado: a Igreja linda de outrora se tornou uma igreja feia e cegou a visão de seus pastoresCegou tanto, que embevecidos pelo status que alcançaram,eles deixaram de perceber que muitas ovelhas de seus rebanhos não puderam mais suportar tamanho acinte a suas inteligências e ao seus desejo de serem fiéis à Palavra.Sem vislumbrarem outra solução, uma vez que a Igreja feia se generalizou, essas ovelhas não foram excluídas (termo que, cuidadosamente, a Igreja feia, para não ir contra a lei, substituiu por "disciplinadas"), mas se auto-excluíram, preferindo permanecer fiéis à simplicidade da Palavra, do que submeterem-se ao ensino de homens que não souberam valorizar a sua verdadeira vocação divina.

familyReadingTogether O menino que conheceu a Igreja linda só se considera feliz porque encontrou um lugar para congregar que constitui exceção à regra. Felizmente, essas exceções existem, pois a promessa de Deus em Sua Palavra é que sempre haveria de ter um remanescente fiel.

No entanto, o menino, hoje homem; por solidariedade, faz coro com os milhões de ovelhas excluídas (ou melhor, auto-excluídas) que, sem qualquer conotação de ironia, bem poderiam ser chamados de IGREJA DOS EXCLUÍDOS DOS ÚLTIMOS DIAS

Autor Tony Ayres
do blog.
psicoterapeutacristao.blogspot.com

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