O risco de ser mulher na India !

Aborto seletivo

A India tem um dos menores índices de nascimento de mulheres do mundo.
Segundo o censo de 2001, nascem apenas 927 mulheres para cada 1000 homens.
No Estado de Haryana esse índice cai para 782 mulheres, enquanto que, em outros países,a estatística média é de nascimento de 1050 mulheres para cada 1000 homens.
E, na India, essa diferença está aumentando a cada ano.

São os “avanços da tecnologia” e suas consequências inesperadas. A diminuição do nascimento de meninas, na India, deve-se à proliferação de empresas clandestinas, em qualquer cidadezinha mais remota da India, que fazem ultrassom por apenas 10 dólares e, com uma taxa adicional, fazem um aborto, se o feto for do sexo feminino.
A situação é tão grave que o governo proibiu a realização de ultrassom, com o objetivo de saber o sexo do bebê. Mas o apelo dessas empresas e a realidade social falam mais alto.
Propagandas dessas clínicas afirmam: “pague 500 rupees agora e economize 50.000 no futuro”, numa referência ao dote que o pai da noiva precisa dar à família do noivo, no casamento.

Infanticídio, descaso e suicídio de meninas

Dos 15 milhões de meninas nascidas anualmente na India, cerca de 25% não vai sobreviver até seu aniversário de 15 anos.
A prática de infanticídio ainda existe em algumas regiões da India. Bebês do sexo feminino são mortos através do consumo de arroz e leite envenenados, geralmente oferecidos pelo homem mais velho da família.
Quando as meninas escapam de ser assassinadas, no primeiro ano de vida, são vítimas de um assassinato gradual. Não são enviadas à escola, trabalham duro em casa e morrem de desnutrição ou total abandono de cuidados de saúde.
Os índices de suicídio, entre as meninas, são assustadoramente maior que entre os meninos. Estudo publicado no reconhecido jornal científico britânico The Lancet mostrou que o índice de suicídio entre as meninas, entre 10 e 19 anos é de 148 para cada 100.000 enquanto que entre os meninos esse número cai para 58 em cada 100.000.
A média mundial é de 14.5 suiciídios para cada 100.000 meninos e meninas. Sendo que em países ocidentais, ao contrário da India, o índice de meninos que cometem suicídio pode ser até 3 vezes maior que de meninas.
O fenômeno “Bride-Burning
Se a menina sobreviver a tudo isso, e conseguir que a família arranje um casamento, ela ainda estará correndo risco de ser queimada viva, no que se convencionou chamar de “bride-burning”, e que poderia ser traduzido por “queima da noiva”.
Como vocês vão ler no meu próximo post, sobre o casamento na India, a família da noiva é obrigada a dar um dote e vários presentes para a família do noivo.
Em muitos casos, quando a “fonte de dinheiro” se esgota, o noivo e sua mãe passam a considerar aquela noiva indesejável. E a matam, para que o noivo possa casar-se novamente e começar todo o processo de presentes de novo.
O termo “bride-burning” começou a ser usado porque essas mulheres, geralmente, são mortas na cozinha, enquanto estão preparando a refeição da família, alguém joga querosene, outro acende um fósforo e a morte é reportada como “acidente doméstico” com o fogão a lenha.
Dados oficiais do Governo da India apontam 7.000 mortes por “Bride-Burning”, por ano, ONGs afirmam que é o dobro.
Um artigo chega a falar em 25 mil.
Além da prática de assassinato das noivas, cujas famílias não dão a quantidade de dinheiro e presentes solicitada, é comum a tortura dessas mulheres, que apanham tanto da família do noivo que tornam-se portadoras de deficiências físicas, com ainda mais dificuldade para trabalhar duramente, como espera-se que faça.
Muitas vezes, mesmo sabendo que corre risco de vida, a noiva não tem para onde ir. Os pais não a querem de volta e os abrigos governamentais não oferecem condições de moradia e é difícil conseguir uma vaga.

Outros dados sobre as mulheres, na India:

• Altíssimos índices de desnutrição, porque a tradição é que as mulheres se alimentem por último e menos que o resto da família, mesmo que esteja gravida ou amamentando.
Mães desnutridas dão a luz à bebês desnutridos, perpetuando o ciclo.
• Mulheres recebem menos cuidados de saúde que os homens, muitas vezes são forçadas a ter vários filhos, até um ser homem, não recebem cuidados adequados durante a gestação e saúde reprodutiva.
• Para cada 100 mil nascimentos, morrem 540 mulheres indianas no parto ou em decorrência de complicações da gravidez. Muitos desses casos são consequencia de abortos ilegais. No Brasil, o índice de mortalidade materna é de 160 para cada 100.000 nascimentos. Na Suécia o índice é de apenas 5 mulheres para cada 100.000 nascimentos.
• As meninas recebem muito menos educação formal que os meninos, são tiradas da escola para ajudar em casa ou por medo da violência.
• Em termos de quantidade, a India tem um dos maiores índices de participação da mulher no mercado de trabalho. As mulheres trabalham mais horas e em tarefas mais árduas que os homens. Ainda assim, seu trabalho não é reconhecido.
• Em lugares onde a vida da mulher vale tão pouco, é normal que o estupro não seja considerado crime grave e tenha índices altíssimos, especialmente nas cidades grandes, como Delhi.
• Ainda que existam leis que protegem a mulher, elas não são cumpridas.
Mulheres nunca têm direito à herança.

extraído do site:
Sindrome de estocolmo

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